sábado, 15 de outubro de 2011

dois anos, quatro meses e 10 dias.

é triste saber que algo termina.

mesmo que se espere por este momento, nunca se está pronto realmente para enfrentá-lo. o medo existe, e ele nos traz fraqueza; nos entregamos a esse sentimento ilusório pensando que não há qualquer esperança de vencer. é assim que o ser humano vive, é assim que nossos filhos aprendem. aprendemos a ter medo. porque é algo natural, da carne, que nos suga e não nos deixa seguir. é o tal túnel que, mesmo mostrando luz em seu fim, nos atordoa com uma escuridão que parece ser maior daquilo que a saída oferece. um túnel desiluminado, cuja a trajetória é dada apenas por um ponto de luz - o objetivo (quase que morto, pois parece estar longe); assim, quando se vê essa luz, sendo rodeada de trevas, a saída para um mundo verdadeiramente Belo não consegue mostrar sua imagem Real; paramos de andar, pela admiração negativa que o escuro impõe; o final parece abstrato: "será?". - abstrato demais. e não caminhando, o espírito se mantém na espectativa de saber o além, a realidade, na ânsia de entender o que se encontra "do lado de lá", porém sem juntar força necessária para continuar seguindo em direção à luz. o medo faz isso conosco - nos envolve em trevas. ficamos imóveis, mortos, sem sequer pensar em andar.

mas a esperança existe; o caminho foi dado, e a luz nos chama. a cada passo em direção à saída, vê-se mais que um mero brilho - a imagem do lado de fora começa a ser nítida, ela se mostra. o novo mundo aparece. mesmo que ainda pequeno, porém com grande promessa: existe algo além. o que era trevas está claro. é possível ver mais do que antes. a liberdade está na sua frente. a vitória. um passo avante, uma conquista. o medo se foi com a presença da força - força, se não nossa, da parte de lá, do mundo de fora. nesse momento, já não se olha para trás, nem existe preguiça. vc cresceu. o medo se foi.

não existe coisa melhor do que o gosto do começo.

- sempre sentirei saudade, não posso mentir.

6 comentários:

  1. podemos ganhar o mundo, basta você querer.

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  2. - belíssimo texto. As verdadeiras obras de arte surgem dessas "explosões". É claro que o mérito é todo seu, e não do objeto da inspiração, pois você concretizou, dessa maneira, os seus sentimentos. Muitas explosões virão, eu sei, até que possas dar a luz a uma nova alegria. Que essas tempestades que te abarcam sejam superadas com coragem constitui o meu desejo, pois não sou leigo no assunto: eu também já vivi semelhante passo.

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  3. Quanta sensibilidade.Este é o fato. Está é a verdadeira execução do real. A execução de nossas vontades.

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  4. The sound of silence - Simon & Garfunkel

    Hello darkness, my old friend,
    I've come to talk with you again,
    Because a vision softly creeping,
    Left its seeds while I was sleeping,
    And the vision that was planted in my brain
    Still remains
    Within the sound of silence.

    In restless dreams I walked alone
    Narrow streets of cobblestone,
    'Neath the halo of a street lamp,
    I turned my collar to the cold and damp
    When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
    That split the night
    And touched the sound of silence.

    And in the naked light I saw
    Ten thousand people, maybe more.
    People talking without speaking,
    People hearing without listening,
    People writing songs that voices never share
    And no one dared
    Disturb the sound of silence.

    "Fools" said I, "You do not know"
    Silence like a cancer grows.
    Hear my words that I might teach you,
    Take my arms that I might reach you."
    But my words like silent raindrops fell,
    And echoed
    In the wells of silence

    And the people bowed and prayed
    To the neon god they made.
    And the sign flashed out its warning,
    In the words that it was forming.
    And the sign said, "The words of the prophets are written on the subway walls
    And tenement halls."
    And whisper'd in the sounds of silence.

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  5. Somos apenas uma fração do universo. Temos que aproveitar o que nós temos de mais precioso, que são as nossas vidas.
    Devemos interagir mais com a natureza e pensar, que essas coisas que acontecem são apenas acontecimentos que passam na vida, mas que não devemos ficar presos nisso.
    Eu surgiro que devemos pegar nossos instrumentos, e tocar o bom e velho rock'n'roll. Qualquer coisa, sabe onde me encontrar ;)

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